domingo, 1 de novembro de 2009

Mclunchfeliz, faz favor!

O natal esta a chegar e eu já sei o que é que vou oferecer a estes homens, vai tudo corrido a dicionários, e há agora uma nova edição da Porto Editora muito porreirinha, mas essa é mais cara e para o que é o da edição de 1980 serve perfeitamente.
Em 1980 já se definia Gosto de ti, já se dizia Adoro, e já em 1980 o G estava depois do F e antes do H. Em 1980 o A já era a primeira letra do alfabeto, e já havia quem tivesse um na estante para consulta em caso de duvida.

Cansam-me a beleza, deixam-me com pontas espigadas esses, que gritam aos sete ventos Gosto de ti, Adoro-te sem saberem o que dizem. Coitadinhos, uns morrem outros ficam assim! Mas cansa-me. E uma pessoa pensa neles, pensa, porque na hora é bonito, fica bem, ate parece que ficamos convencidas (e ficamos mesmo) que aquilo é verdade, e não cansa, não cansa nada!

E eles dizem isso como se tivessem a pedir um MacLunchfeliz no MCdrive. Como se, fosse mais uma dentada e pronto, satisfeito. Talvez amanha, se não tiver mais nada na prateleira, e a fome apertar, passe por lá, faça olhinhos, grite aos sete ventos gosto de ti, e pode ser que resulte, outra vez.

A culpa é da mãe, que nunca incentivou o puto a ler, é do pai, que nunca explicou ao puto que há mais para lá de um 38copaB, é do primo que não comparou a PlAYBOY a uma revista didáctica sobre o corpo o corpo humano das meninas, é do professor, que definiu gosto de ti como “ gosto de comer”. No fundo, a culpa nem é do puto na casa dos 20 que ainda não sabe aplicar, muito menos definir, o verbo gostar.

Em 1980 já havia quem não soubesse, quem aprendesse e quem, também, nunca ficou a saber o que era um mclunchfeliz, ou melhor, feliz, ou melhor, gostar.